segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Naquele tempo... Novela "Lado a Lado" e a mulher no início da República


Qual era o papel da mulher na sociedade do início da República no Brasil? Quais eram os seus direitos e deveres? Será que a situação era muito diferente do que vemos hoje em dia? Nesse texto, extraído do site globo.com, podemos conhecer um pouquinho mais - pelo que é mostrado na novela e pelo que é explicado por historiadores.


Naquele Tempo... Por que Constância não permitia que Laura 

trabalhasse?

Edgar e Laura estão radiantes com o casamento (Foto: Lado a Lado / TV Globo)Laura pertence à elite, mas é influenciada por feministas pioneiras (Foto: Lado a Lado / TV Globo)








"Laura — Um dia, quem sabe, minha mãe vai entender... Solteira ou casada, quero estudar, trabalhar. Não tem nada demais. Muitas mulheres já fazem isso.
Celinha — Muitas não, Laurinha. Poucas, pouquíssimas. Se for pra contar nos dedos, não enche uma mão."
Tia Celinha e Laura são mulheres da mesma classe social, a elite, mas representam perfis femininos distintos. Laura é jovem, combativa, questionadora e rejeita o destino que a sociedade reservou ao sexo feminino; tia Celinha é mais velha, solteirona e reproduz para a sobrinha os valores tradicionais que aprendeu. Partindo destas duas persongens, pode-se refletir sobre as mulheres e sobre o que delas esperava a jovem República brasileira.
As mulheres da elite
A mulher exemplar era aquela ligada à família e à maternidade, comportando-se com recato e pudor. Elegante, resignada, frágil, generosa, a mulher ideal tinha que ser quase uma santa – em oposição à natureza forte do homem. Essas concepções eram veiculadas pela literatura, pela imprensa e também pela psiquiatria e pela medicina, que muitas vezes tentava provar a inferioridade biológica da mulher.
Em uma sociedade em que o progresso estava ligado à ordem, as mulheres cuja sexualidade não se mostrava a serviço da maternidade e da família eram sinônimo de desordem. As solteiras – como a tia Celinha – eram alvo de ironia, vivendo em um estado civil considerado humilhante e vergonhoso, sem sexo e sem sexualidade. Libertinas e prostitutas eram vistas como mulheres sem honra, com excesso de sexualidade, vivendo apenas para o prazer.
A mulher de boa família devia conhecer outros idiomas e ter dotes manuais e artísticos. O estudo e a educação também eram importantes. Mas apenas na medida em que atendiam às necessidades da sociedade que se modernizava. A mulher-mãe sem instrução não seria capaz de educar os filhos – futuros cidadãos do Brasil civilizado – nem de acompanhar socialmente o marido. A mulher tinha, portanto, uma função social importante. Apesar de importante no jogo social, a mulher, pela Constituição de 1891, não tinha direito ao voto. Votar para quê – se o seu destino era viver para a família? A maternidade e a cidadania eram consideradas incompatíveis.
Não se aceitava que a mulher trabalhasse para se realizar profissionalmente – ou por puro prazer. Além disso, o trabalho remunerado feminino envergonhava o marido – ou o pai –, que aos olhos da sociedade teria fracassado como provedor da família. A mulher devia evitar comportamentos que pudessem afetar a sua honra, a dos pais e a do marido.
Nas famílias menos abastadas aceitava-se mais facilmente o trabalho feminino e muitas mulheres tornavam-se professoras – profissão considerada honesta por ter relação com o papel maternal da mulher. Na novela, por exemplo, Sandra, mulher do delegado Praxedes, é professora e trabalha na biblioteca.
As mulheres da elite não ficavam apenas em casa e já tinham mais liberdade para circular pela cidade. Nas ruas, com roupas e jóias, mostravam a posição social de suas famílias; nos salões e nos chás, exibiam seu comportamento refinado. Mas a mulher de boa família tinha que sair acompanhada, pois sozinha podia ser mal vista ou importunada. E além disso, nem todos os lugares da cidade lhe eram permitidos.
O outro lado da imagem acomodada e disciplinada da mulher da classe alta conservadora é representado pelas milhares de mulheres pobres e pelas poucas vanguardistas que questionavam as leis e as regras sociais.
Leia mais em:

http://tvg.globo.com/novelas/lado-a-lado/plantao/Fique-por-dentro/naquele-tempo/1.html

Beijinhos!

Hélia

1 comentários:

vitoria disse...

ate q a novela nao e tão chata assim ,ai um jeito dos professores nos ensinares mandando a gente ver novela JA PENSOU QUE LEGAL talves vire realidade um dia

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